No centro da cidade de Tomar, junto ao
parque da cidade, ao rio Nabão e a uma grande unidade hoteleira, no
largo Cândido dos Reis, existe uma pequena ermida (ou capela) consagrada a S.
Gregório Nazianzeno (um dos santos doutores da Santa Madre Igreja, que viveu no século IV e
“provou” a divindade de Jesus).
Esta ermida, quinhentista, de planta
octogonal, circundada por uma galilé em semi-circulo e com um
interessante, embora modesto, portal manuelino, encontra-se como
milhares de outras pelo país fora, de portas fechadas.
O pequeno templo nada tem de especial,
uma arquitectura curiosa mas não única, um interior despido, com
excepção da imagem de S. Gregório no altar e de uns painéis de
azulejos do século XVIII que até são originários do antigo
Convento das Trinas de Lisboa.
Por curiosidade apenas, tentei saber se
haveria possibilidade de entrar na ermida. E havia!
Ali perto existem uns sanitários
públicos que têm um funcionário camarário lá destacado, que além
de zelar por esse seu posto, é o fiel guardião das chaves da Ermida
de S. Gregório... é esta a informação que é fornecida, até
mesmo na internet.
Percebe-se... estamos perante uma
racional gestão de recursos humanos. Mas pergunto-me, não poderia
estar o funcionário destacado na ermida com as chaves dos sanitários
públicos em vez do contrário. Não sei, mas parece-me a mim que a
imagem que se transmite, até para o turista, seria mais correcta
desta forma... mais lógica. Vergamos as “necessidades” ao
património, à cultura e não o inverso.
Se neste caso que agora ilustro, a
importância não será gritante, já noutros não será bem assim.
Por este país fora muitos monumentos, alguns deles de cariz único
no nosso país e mesmo na Europa, encontram-se em circunstâncias
análogas. Ou seja o mau é que do caricato ou da excepção se faça
regra... mas normalmente por cá é isso que temos!